Câmara de VG/MT institui prêmio “Dom Pedro Casaldáliga” de Direitos Humanos.

Seguindo o exemplo de outros Legislativos, a proposta é premiar pessoas que realizam trabalhos de defesa dos direitos humanos e da cidadania.

Com o objetivo de estimular a realização de trabalhos ligados à promoção, proteção e defesa dos direitos humanos e da cidadania, o vereador Toninho do Gloria Líder da bancada do (PV), quer instituir na Câmara Municipal de Várzea Grande o “Prêmio Dom Pedro Casaldáliga de Direitos Humanos e Cidadania”. A idéia é dar um troféu por ano, além das menções honrosas, às pessoas físicas ou jurídicas e grupos informais de Várzea Grande ligados à área.

A proposta do parlamentar segue o mesmo modelo já implantado em outras Casas Legislativas. A Câmara de São Paulo, por exemplo, criou o “Prêmio Betinho de Cidadania e Direitos Humanos” e a Assembléia Legislativa Paulista tem o tradicional “Prêmio Santo Dias”.

Para Toninho do Gloria, a iniciativa é uma forma de mostrar a preocupação do Poder Público do Município. “Visamos introduzir esta importante premiação para incentivar a luta por uma a sociedade mais justa que pode começar na nossa cidade e se estender pelo Brasil todo”, justifica.

Segundo o vereador Toninho do Gloria, o nome do prêmio surgiu com o intuito de resgatar a história de Dom Pedro Casaldáliga,que em 1968, em plena ditadura militar, este missionário claretiano chega a São Félix do Araguaia, em Mato Grosso, onde enfrenta o isolamento, a malária, a tuberculose, as condições precárias de vida, para cumprir sua missão evangelizadora e defender suas causas a favor dos direitos humanos.

Transformar a realidade, marcada pela marginalização social, pela injustiça, dentre todos os problemas decorrentes do sistema capitalista, predominantemente neoliberal, sempre foi seu maior objetivo. Suas idéias, seu desejo de levar a paz aonde fosse, nunca ficaram apenas nas palavras ou em pensamentos, mas transformaram-se em ações.

Caso a resolução seja aprovada, Toninho do Gloria garante que somente serão prestigiados os trabalhos focados na conscientização da população. “Os prêmios serão entregues durante a realização de sessão solene, convocada para este fim, que deve ser realizada anualmente”, explica. Na ocasião, também serão convidadas autoridades civis, militares e religiosas.

Resumo da biografia de Dom Pedro Casaldáliga CMF, Balsareny(Barcelona), 16 de fevereiro de 1928, bispo católico espanhol. Ingressou na Congregação Claretiana em 1943, sendo ordenado sacerdote em Montjuïc, Barcelona, no dia 31 de maio de 1952. Em 1968, mudou-se para a Amazônia Brasileira.Foi nomeado administrador apostólico da prelazia de São Félix do Araguaia no dia 27 de abril de 1970. O Papa Paulo VI o nomeou bispo prelado de São Félix do Araguaia (Mato Grosso), no dia 27 de agosto de 1971. Sua ordenação episcopal deu-se a 23 de outubro de 1971, pelas mãos de Dom Fernando Gomes dos Santos, Arcebispo de Goiânia e de Dom Tomás Balduíno, OP e Dom Juvenal Roriz, CSSR. Foi bispo da sé titular de Altava até 1975.Adepto da teologia da libertação, adotou como lema para sua atividade pastoral: Nada possuir, nada carregar, nada pedir, nada calar e, sobretudo, nada matar. É poeta, autor de várias obras.Dom Pedro já foi alvo de inúmeras ameaças de morte. A mais grave, em 12 de outubro de 1976, ocorreu no povoado de Ribeirão Bonito (Mato Grosso). Ao ser informado que duas mulheres estavam sendo torturadas na delegacia local, dirigiu-se até lá acompanhado do padre jesuíta João Bosco Penido Burnier. Após forte discussão com os policiais, o padre Burnier ameaçou denunciá-los às autoridades, sendo então agredido e, em seguida, alvejado com um tiro na nuca. Após a missa de sétimo dia, a população seguiu em procissão até a porta da delegacia, libertando os presos e destruindo o prédio. Naquele lugar foi erguida uma igreja. Por cinco vezes, durante a ditadura.